sábado, 5 de setembro de 2015

Fato



pensei hoje
ser tudo chato  

não ver um rumo 
que nada é fato

por ser disperso
sou fugitivo
não me seguro 

n'algum motivo

e com urgência
voo sozinho
pouso apressado
pelo caminho

e cada dia
é muito chato
não tenho rumo

e isso é fato

Juntos

 
 
se estamos juntos
o mundo se ajeita
os corpos se estreitam
pra vida passar

Dúvida



minha cabeça embaralhou
não sei se conto
não sei se verso
não sei se pinto

ou faço arroz

Imagens



é só imagem de mulher
está tudo tão escuro
não há um móvel
nem paisagem
pensei num pássaro
em melodias
pensei em nuvens
cheiro da chuva
pensei silêncio
algum sabor
pensei preguiça
pequena brisa
pensei na vida
pensei

Sozinho



pensamentos confusos
um tanto estranho
um som da praça
grito distante
música no vizinho


eu aqui sozinho

sonhos perdidos
todos roubados
barulho de vidro
ronco do lixo
marca o caminho

eu aqui sozinho

tristes lembranças
lavadas
levadas
silêncio chegando
último taça
um gole de vinho

eu aqui sozinho

Obrigada

 
 
o dia doía
nela
a noite descia
vela
o medo saía
dela
a vida existia
bela

sábado, 22 de agosto de 2015

Depois do Beijo

Se quiser me seguir
Terá que se arriscar
No rumo certo
Na linha exata
Verá a condição
No golpe errado
No bobo engano
No centro da questão

O pé na lama
Do lixo velho na calçada
O cheiro doce foi embora
A brincadeira ganhou som
Nó na garganta
Assim deixado na sarjeta
Parece cena corriqueira
Atrás da luz do lampião

Se quiser me perseguir
Terá que se afastar
Por trás da porta
Andar de gato
Sorte na escuridão
Da rua antiga
Ainda inteira
-Só na intuição-

Depois do beijo
Queixo caído
Chorando o tempo que perdeu
Aquele gesto
Sempre contido
O que passou não volta mais

(parceria com Luís Otávio Souza)