sexta-feira, 14 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Do resto
resta tão pouco
assim como o céu
de estrelas distantes
que as luzes-cidade
encobrem ao olhar
resta tão pouco
assim como a estrada
vazia de pedras
que a terra batida
encaixa ao andar
resta tão pouco
assim como sobras
da mesa sortida
que o prato sozinho
deixou escapar
resta tão pouco
assim como as ondas
do mar bem sereno
que a brisa amena
não deixa encrespar
resta tão pouco
assim como o medo
de um sonho aflito
que a vida ardente
não pode negar
domingo, 2 de novembro de 2014
Rio
rio das coisas mais simples
corro pra beira do mar
deixo a areia lavar
roçando nas pedras pequenas
passando por toda folhagem
suave caminho florido
entre o ingênuo gargalhar
e
o patético engasgar
Jardim
quero morar em um jardim
nem sei o que se esconde lá
muita ramagem pouca bromélia
talvez duende um sabiá
quem sabe é uma quimera
eternamente para sonhar
posso deitar em torno a pedra
olhar o céu escurecer
sentir a chuva respingar
e quando o sol aparecer
ficar quieta
emoldurada
emoldurada
de tão calada
adormecer
Acalanto
a doçura da canção lembrou meu acalanto
sumiu com minha mágoa
me trouxe a vida pura
do tempo ainda longo
do mundo feito em sonho
de tudo tão florido
de cada passo leve
de todo voo solto
de muitos sentimentos
e como cabe ainda
embora em pouco espaço
um amor imenso e farto
que nunca lança adeus
porque começa sempre
na hora em que nasceu
Desejo
por não secar essas lágrimas infindáveis
esse choro triste
lento
por todas as preguiças
por tudo que dormia em torno
os campos, a gente e a luz
- quase lhe desejava mal -
Utopia
imagina
se a lua
saltasse à terra
imagina
se o vento
movesse ela
movesse ela
imagina
se o amor dependesse
apenas
do brilho
de um sopro
e
nada mais
Paz
sim
eu gostaria de fechar as portas
andar cada quadra
em silêncio
-pensando-
até que a distância
se transforme em ponto
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